The Flash é um dos personagens mais
famosos do mundo.
Seu nome se tornou até sinônimo de “velocidade” ou “fazer as coisas
rapidamente”. Maior velocista da editora DC Comics, que também publica Superman e Batman, o
Flash já estrelou várias outras mídias além das HQs, como a TV e os desenhos
animados. Embora falte ainda o cinema, o velocista escarlate logo estará de
volta às telinhas: Barry Allen já
apareceu e, em breve, se transformará no Flash em Arrow, a série
de TV que adapta o herói Arqueiro
Verde da DC
Comics, exibida pelo canal The CW, pertencente ao conglomerado Warner Bros.
Por isso, se banhe de produtos
químicos turbinados por um relâmpago, vista-se de vermelho, vibre na Força de
Aceleração e atinja a velocidade da luz para ler este post imediatamente!
Duas Versões. Ou Mais…
Em
primeiro lugar, é preciso dizer – para o público
não iniciado nos
quadrinhos – que o Flash, assim como vários outros heróis da DC Comics
(Lanterna Verde é outro), já teve várias versões diferentes, com nomes, uniformes e
histórias distintas. Mas unidos por um legado comum.
A
versão mais famosa do
Flash é Barry Allen, um policial forense que vive em Central
City, tal qual o personagem introduzido em Arrow.
Porém , existem vários outros a
usar esse nome: o primeiro foi Jay Garrick (criado
em 1940), Allen foi o segundo; veio o terceiro, Wally
West (em 1959); Bart
Allen(em 1994); a lista prosseguiu indefinidamente.
Contudo,
apesar de cada uma das outras versões do Flash ter feito
sucesso de
público em algum momento, Barry Allen é o detentor oficial do título e, apesar ter sido dado
como morto por
mais de duas décadas (entre 1986 e 2009), está de volta e mantém o posto
firme.
O Flash da Era de Ouro dos Quadrinhos
O
mercado de super-heróis surgiu e explodiu por meio da publicação de Action
Comics 01, de 1938, com a primeira aparição do Superman,
bancada pela editora National Periodicals.
Com o sucesso – e para desviar do fisco – a empresa abriu outras companhias
irmãs, e uma delas foi a All-American Comics, que lançou em 1940 a
revista Flash Comics 01, que trazia a estreia
do Flash, criado por Gardner
Fox e Harry Lampert.
Gardner
Fox era um advogado que
vinha escrevendo histórias para aquelas duas editoras – mais tarde unidas sob o
nome DC Comics –
particularmente do Batman. Foi ele
quem teve a ideia de um super-herói cujo os superpoderes consistiam justamente
em correr muito rápido.
Como essa habilidade estava associada à figura do deus
grego Hermes (ou Mercúrio), o desenhista Harry Lampert criou o visual
do personagem baseado no deus: um homem usando um chapéu
prateado com duas
asinhas. O restante era uma roupa quase comum, com calça e camisa de mangas
longas. Um detalhe era curioso: não havia máscara!
Na
trama mostrada em Flash Comics 01, de 1940, o universitário Jay
Garrick inala
acidentalmente os gases de um composto secreto chamado água
pesada (hard water nos anos 1940, mais tarde modificado
par aheavy water) que
lhe dá a habilidade de correr rápido como ninguém.
Um
pequeno detalhe importante: assim como Action Comis e Detective Comics, Flash Comics trazia várias
histórias de
vários personagens. Apesar do Flash ser o protagonista, a revista trouxe outros heróis
importantes, como o Gavião Negro (Hawkman), que também estreou na
primeira edição. Gavião Negro, inclusive, logo alternaria a presença nas capas com o próprio Flash. A heroína Canário
Negro também
estrearia e teria suas histórias em Flash Comics.
O
Flash fez muito sucesso, tornando-se um dos personagens mais populares da Era de Ouro, inclusive no Brasil,
onde foi publicado já naquela época, com o nome de Joel Ciclone. (Termo que alguns tradutores
nostálgicos insistem em usar de vez em quando).
Por
isso, não é nenhuma surpresa que o Flash tenha sido um dos membros fundadores
da Sociedade da Justiça,
o primeiro grupo de super-heróis, criado pelo mesmo Gardner Fox,mais Sheldon
Mayer, aparecendo em All-Star Comics 03, de 1940,
reunindo personagens como Lanterna Verde, Gavião
Negro (Hawkman), Homem-Hora, Sandman e outros.
O
sucesso prosseguiu pela primeira metade dos anos 1940, mas com o fim da II
Guerra Mundial, em 1945, as vendas das revistas de super-heróis
começaram a cair.
Gardner Fox escreveu as 80 primeiras edições de Flash
Comics, entre 1940 e 1947, antes de ser substituído por Robert
Kanigher, que produziu a maior parte da temporada final, entre
os números 84 e 104 (com
alguns intervalos breves), até 1949, quando a revista foi cancelada.
O
Flash ainda continuou aparecendo
nas histórias da Sociedade da Justiça, até que esta também foi cancelada,
em All Star Comics 57, de 1951.
A revista mudou seu título para All Western Comics, com histórias de faroeste.
Era o fim da Era
de Ouro, com os heróis caindo em total decadência e
desaparecendo – alguns sem deixar rastros.
As
únicas exceções foram Superman
e Batman, que mantiveram a popularidade a duras penas, mas
agora sozinhos, num mercado entupido de faroeste, terror, policiais, monstros e
romances.
O Flash da Era de Prata
Em
meados da década de 1950, o editor Julius
Schwartz assumiu
vários dos títulos da DC Comics e decidiu tentar trazer os velhos super-heróis
do passado de volta, para fazerem companhia a Superman e
Batman. Contudo, tentou não repetir o insucesso da Marvel Comics –
então, chamada Atlas Comics –
que tentou trazer seus velhos heróis dos anos 1940 de volta, num fracasso
amargo.
Por
isso, Schwartz teve a ideia de criar novas versões dos heróis, em vez de trazê-los de
volta. O Flash foi
justamente o primeiro dos antigos super-heróis a ser trazido
de volta – o que também ilustra sua popularidade – dando início à Era
de Prata dos quadrinhos. Sua estreia, na revista Showcase 04, de 1956, inclusive, é contada como o marco-zero da Era de Prata.
Schwartz
deu a missão de recriar o
Flash a Robert Kanigher,
que tinha notória experiência com o personagem e ainda estava na DC, escrevendo
histórias do Superman. Para os desenhos, foi recrutado Carmine Infantino, um mestre de arte clássica,
realista e plástica.
Infantino criou o magnífico uniforme do segundo Flash, que se transformou
em um ícone.
Na
trama escrita por Kanigher, em Showcase 04, o policial forense Barry
Allen sofre um acidente em
que é banhado por uma série de produtos químicos ao mesmo tempo em que é atingido por
um raio numa
noite de chuva. Em consequência ao acidente, Allen passa a se movimentar em
altíssima velocidade. Tão rápido que podia caminhar por cima da água e subir nas paredes sem ser afetado pela gravidade.
Histórias posteriores definiram que isso era possível porque o policial passou
a acessar a Força de Aceleração, uma força física que existe
na Terra, tal qual a gravidade.
A
história fez bastante sucesso e
o novo Flash retornou nas edições 08 , 13 e 14 de Showcase, até que ganhou uma revista própria Flash Comics, em 1959, que continuou a
numeração de sua encarnação anterior, iniciando, assim, a partir da edição
105. Curiosamente, quem passou a cuidar da revista foi o
roteirista John Broome, ainda com os desenhos de Infantino.
Broome, porém, tinha experiência anterior com o personagem, pois também
escrevera histórias para a antiga Flash Comics, especialmente entre 1948 e 1949.
O sucesso do Flash motivou a DC e Schwartz a
lançarem novas versões de
velhos heróis, ressurgindo, assim, Lanterna
Verde, Elektron (The Atom), Gavião Negro (Hawkman) e outros.
Disposta
a seguir os passos do passado, a DC inclusive reagrupou seus
novos heróis em um time: a Liga
da Justiça surgiu
na revista The Brave and the Bold 28,
de 1960, quando Flash, Lanterna Verde, Mulher-Maravilha, Aquaman e Caçador de
Marte uniram suas forças contra Starro,
nas mãos de Gardner Fox e Mike Sekowski.
Em
pouco tempo, veio a revista Justice League 01, em 1961,
com a mesma equipe criativa, mas um time de heróis maior:Batman e Superman ingressam no grupo, logo, seguidos por Arqueiro
Verde e Elektron.
É ao longo dos anos 1960 que
a maior parte do cânone ficcional em
torno do Flash vai se construindo. Ao longo daquela década, Gardner Fox, John
Broome e Robert Kanigher se revezavam criando personagens, vilões e histórias
marcantes, que delimitaram o universo próprio do personagem, mas também
impactaram no Universo DC como um todo.
A
primeira grande adesão veio ainda em 1959, com o surgimento de Wally
West, o Kid Flash, que estreou em Flash
110, por John Broome e Carmine Infantino. Na trama, Wally é sobrinho da namorada de Barry Allen, Iris
West, e ganha os mesmos poderes do
Flash ao sofrer o mesmíssimo acidente que Barry havia sofrido. O jovem logo
passa a ser o parceiro de combate ao crime do Flash, usando o mesmíssimo
uniforme do herói.
Obviamente,
era uma grande confusão visual conseguir distinguir em alguns quadros
quem era quem, e mais, tarde, a DC criou um uniforme específico para o Kid Flash, mais juvenil e com a
predominância da cor amarela.
Uma segunda adesão fundamental é a Galeria dos Vilões do Flash, um conjunto de criminosos
bastante emblemáticos, que se não são tão famosos quanto os inimigos do Batman,
por exemplo, são personagens bastante queridos dos fãs da DC Comics. Destaque para Capitão Frio (Showcase 8, 1959); Mestre dos Espelhos (Flash
105, 1959); Gorila Grodd (edição 106, 1959); Capitão Bumerangue (edição 117, 1960) e Professor
Zoom ou Flash Reverso (edição
139, 1963); a maior parte deles criados por Broome e Infantino, mas repetidos a
exaustão por todos os escritores subsequentes. Inclusive, não raro, esses
vilões se uniam como um supergrupo para
combater o velocista escarlate.
Uma terceira adesão fundamental adicionada no universo do Flash foi a
noção do Multiverso, algo que se tornou fundamental e indissociável do Universo DC com
um todo. Em Flash 123, de1963, escrita por Gardner Fox e desenhada por
Carmine Infantino, foi publicada a história Flash de Dois Mundos (Flash
of Two Worlds), que estabeleceu o conceito do multiverso. Na trama,
o Flash descobre que ao vibrar por entre as moléculas atômicas em altíssima
velocidade, ele podia acessar outras
dimensões. Ao fazer isso sem querer, termina encontrando com Jay
Garrick, o Flash da Era de Ouro.
Fica estabelecido, então, que Jay Garrick – e consequentemente toda a
Sociedade da Justiça – viviam em uma dimensão paralela a nossa, que logo seria batizada de Terra-2.
Várias edições seguintes de Flash e
de Justice League, passaram então a
explorar o conceito, estabelecendo que a Terra-2 também possuía versões de
personagens como Superman e Batman (que também tinham histórias
publicadas nos anos 1940 e também agiram ao lado da Sociedade da Justiça), que
eram mais velhos do que suas contrapartes da Terra-1,
o Universo DC oficial. Era uma maneira de explicar as histórias antigas.
Ao
criar o multiverso, a DC oficializou a
diferenciação entre a Era de Ouro (com suas aventuras na Terra-2) e a Era de
Prata, que era o Universo DC oficial.
Como
já escrito, as histórias do Flash fizeram bastante sucesso nos
anos 1960, sendo um dos principais títulos da DC Comics. O Kid
Flash também alçou vôos próprios, tendo formado o grupo
adolescentes Os Titãs em The
Brave and the Bold 54, de 1964, juntamente com Robin
e Aqualad, o parceiro do Aquaman. Posteriormente, o grupo
ganharia adesões da Moça Maravilha e Ricardito (Speedy, o parceiro do Arqueiro Verde)
e teria aventuras próprias.
A Era de Bronze
No fim dos anos 1960, a DC começou a sentir a concorrência da Marvel
Comics, que tinha heróis mais realistas, dramáticos e humanos.
A DC, ao contrário, mantinha muito firme sua postura da
Era de Prata, trabalhando com histórias
mais esquemáticas e
com o mesmo grupo
de artistas desde a Era de Ouro. Mas com a queda
nas vendas, a editora promoveu uma grande reformulação editorial a partir de 1968,
o que vai dar origem em seguida à Era de Bronze dos Quadrinhos.
Uma
das marcas dessa mudança foi a contratação de escritores e desenhistas mais jovens, mais
antenados aos anseios da juventude da era hippie e de Woodstock. Por isso, a partir de 1968, escritores
como Gardner Fox, John Broome e Robert Kanigher, começaram a ser afastados em prol dos mais jovens, como Cary Bates e Mike Friedrick, que se torna o
principal escritor de Flash, entre 1969
e 1971. Em seguida, veio uma fase em que Cary Bates
alternava edições com Dennis O’Neil, até mais ou menos 1977,
quando este se mudou para a Marvel Comics e Bates prosseguiu como o principal
escritor do personagem até a grande reformulação de 1985.
O desenvolvimento do personagem tornou o Flash um dos
personagens mais poderosos da
DC, usando as características já estabelecidas por John Broome
(supervelocidade, capacidade de correr em cima da água ou subindo em paredes,
capacidade de vibrar as moléculas do corpo e atravessar paredes e objetos
sólidos), mas ampliando-as cada vez mais, até o ponto de Barry Allen poder se
movimentar na velocidade da luz, por alguns instantes. Em
algumas ocasiões, o herói podia até correr no espaço sideral por causa dessa habilidade.
A Crise e a Morte de Barry Allen
As vendas da DC decaíram cada
vez mais ao longo dos anos 1970, enquanto a Marvel se tornava a mais poderosa
editora do mercado. No fim daquela década, a Marvel deu um golpe quase fatal ao
conseguir popularidade não somente por meio de seus personagens, mas também
pela publicação de HQs de franquias de
cinema como Star Wars (que
fez muito sucesso) e 2001 – Uma Odisseia no Espaço.
Assim,
no início dos anos 1980, a DC estava na maior crise de vendas de sua história. O único título de
destaque da editora era uma nova versão dos Titãs, da qual o Kid Flash continuava como membro,
produzida por duas ex-estrelas da Marvel, escrita por Marv
Wolfman e
desenhada por George Perez. Então, à beira da falência,
a editora promoveu uma medida desesperada: uma grande reformulação
editorial que
reorganizasse seu universo ficcional e melhorasse as histórias para que um novo
público leitor comprasse suas revistas.
Veio,
assim, Crise nas Infinitas Terras, uma megaevento
publicado em uma maxissérie em 12 edições, entre 1985
e 1986, sob o comando, não por coincidência de Marv Wolfman e
George Perez. Na trama, um vilão de altíssimo poder cósmico, o Antimonitor,
decide reestruturar a realidade, e os heróis da Terra se unem para impedi-lo.
Os heróis de todas as Terras!
O
fato é que o Multiverso da
DC tinha evoluído tanto que tornara-se ininteligível. Não havia mais somente a Terra-1
e a Terra-2, mas também, a Terra-3, a Terra-S e muitas outras. Era confuso
porque personagens participavam de uma ou mais Terras e ninguém sabia ao certo
o que era válido ou não em termos de cronologia. A decisão foi radical: Crise
nas Infinitas Terras extinguiu o Multiverso e criou uma única realidade para o
Universo DC. Agora, personagens das outras editoras que a DC havia comprado –
como o Capitão Marvel da
Fawcett Comics e os heróis da Charlton Comics –
estavam no mesmo universo de Superman, Batman e Cia.
Além
disso, ficou estabelecido que os heróis da Era de Ouro, como o Flash Jay Garrick e a
Sociedade da Justiça, tinham simplesmente existido no
passado da
continuidade normal do Universo DC.
Todavia,
era preciso que Crise nas Infinitas Terras fosse um evento
dramático, e alguns heróis perderam sua vida no evento, como o Flash
e a Supergirl. Na trama, o Flash precisa correr mais
rápido do que a velocidade da luz para impedir que o Antimonitor destrua
a realidade. Barry Allen consegue, mas morre em consequência disso. Era o fim
(provisório) do mais popular dos velocistas dos quadrinhos.
O Flash morreu em Crise nas Infinitas Terras e sua última edição mensal foi a edição
350, de 1985.
O Flash Wally West
Claro
que por trás da morte de Barry Allen havia uma decisão
editorial: a repetição cíclica das mesmas aventuras do Flash
haviam desgastado demais o personagem. Era necessária
uma renovação. E isso se deu com a morte de Barry
Allen e sua substituição como
Flash através de Wally West, o Kid Flash.
Na
época, histórias mostravam que Wally havia perdido seus poderes ao passar pelas
transformações de metabolismo no fim da adolescência. Mas uma ação em Crise das Infinitas Terras lhe devolveu seus
poderes, embora muito mais limitados do que antes: ele só podia chegar há
pouco mais do que a velocidade de som!
Agora, Wally West era um novo Flash, mais jovem, menos experiente. Pulou
dos Novos Titãs para a Liga da Justiça! Suas
histórias
exploravam esse amadurecimento e
fizeram muito sucesso!
A
revista Flash ganhou
um novo volume, com a numeração zerada, que estreou em 1987,
e um novo time de artistas: textos de Mike Baron e
desenhos de Jackson Guice,
durante as 14 primeiras edições;
vindo em seguida a fase de William Messner-Loebs e Greg LaRoque, a partir da edição 15, em 1988.
O Flash Na TV
O sucesso
inicial de Wally West coincidiu ainda com a adaptação do Flash para aTV, por meio de uma série estrelada por John
Wesley Shipp que
estreou em 1990 na CBS.
Criada por Denny Bilson e Paul DeMeo, com episódios escritos
por Howard Chaykin, a série mostrava um mix das versões Barry Allen e Wally West
em uma ambientação realista.
Na trama,
Barry Allen é um legista forense da polícia e enquanto investiga o assassinato de seu irmão mais velho, Jay, termina
sofrendo um acidente que lhe dá os poderes do Flash. Usando um uniforme que lhe
protege do atrito, passa a combater o crime.
O
elenco era secundado por Amanda Pays (como Tina McGee) e trouxe vários dos vilões
dos quadrinhos, como Capitão Frio, Mestre dos Espelhos e o Trickster,
sendo este interpretado por Mark Hamill, o Luke Starwalker de Star
Wars.
Infelizmente,
apesar do sucesso entre
os fãs e de ser aclamada pela crítica, a série The
Flash foi cancelada ao
fim de sua Primeira e única temporada, por que não conseguiu
fazer frente aos outros programas do horário e à eclosão da Guerra
do Iraque. Mas é um bom programa.
A Fase de Mark Waid
Apesar
do sucesso da fase inicial, o Flash
Wally West viveu
seu apogeu comercial e criativo no início dos anos 1990, quando o
escritor Mark Waid assumiu
a revista, a partir de Flash 62, de 1992. Seu principal parceiro seria o desenhista Mike
Wieringo.
Até
então, o Flash permanecia com seus poderes
limitados, mas
Waid criou toda uma nova ambientação para o personagem, explorando sua família
e amigos, seu fardo como herói, a herança de Barry Allen, e o desenvolvimento de novos
poderes. Ficou estabelecido, por exemplo, que Wally não atingia
velocidades maiores por um bloqueio mental relacionado
ao trauma pela
morte de Allen, que amava como um tio. Porém, ao confrontar o Professor
Zoom ou Flash
Reverso, Wally termina vencendo o bloqueio e passa a ser tão veloz quanto Allen
era.
Ainda
assim, não era capaz de
atravessar os objetos sólidos, pois sempre que fazia isso, terminava explodindo-os. Porém, logo, Wally passou a
explorar esse dom como uma arma. Outra habilidade que desenvolveu foi manipular a
força de aceleração, de modo que podia conceder supervelocidade
a objetos e pessoas que tocasse.
A longa
fase de Mark Waid
prosseguiu até a edição 129, em 1996; e foi retomada em
seguida, entre as edições 142 e 159, de 1998
a 2000. Nesse período, Wally West se tornou um dos personagens mais
populares da DC
Comics e a revista fez bastante
sucesso. Por isso, Waid é considerado o escritor por excelência
do Flash.
Outro
detalhe importante é que Waid modificou ligeiramente
o visual do
Flash, deixando-o mais moderno: o
cinto passou a ser em V, como dois raios se tocando; os olhos deixaram de ser
vistos, adotando-se a lente branca que
personagens como o Batman usam; abandonou-se as asinhas na bota; e o uniforme
tornou-se mais escuro, sendo verdadeiramente de escarlate
com sombras pretas.
Waid
também criou um novo tipo de
Kid Flash: em consequência ao megaevento Zero Hora, em 1994 (que
revia algumas incongruências de Crise nas Infinitas Terras), o escritor introduziu o
personagem Bart Allen, um neto de Barry Allen que vem do futuro, do
século 21. Preso em nosso presente, Bart se transforma em Impulso,
agindo ao lado de Wally West, mas também ganhando histórias solo e participando
dos grupos Novos Titãs e Justiça Jovem.
Waid
também escreveu histórias sobre Barry Allen, em destaque à maxissérie Liga
da Justiça: Ano Um, publicada em 1996
e 1997, mostrando a origem do grupo dentro dos conformes
estabelecidos pela Crise nas Infinitas Terras. Na trama, Flash é
o líder da Liga, que não teria adicionado personagens como
Superman e Batman até o seu segundo ano de atuação. O time original seria: Flash,
Lanterna Verde, Aquaman, Canário Negro e o Caçador de Marte.
No intervalo da fase de Waid, o personagem foi escrito por Grant Morrison e
o então novato Mark Millar.
O Desenho Animado da Liga da Justiça
Em 2000,
a Warner adaptou a Liga da Justiça para a TV sob a forma de um desenho animado, que
funcionava como um tipo de sequência das já bem sucedidas séries do Batman e do
Superman. Justice League – The Animated Series era
fortemente calcada na versão de Grant Morrison para a equipe, reunindo (pela
primeira vez desde a Crise nas Infinitas Terras) os maiores heróis da DC: Superman,
Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Lanterna Verde, Aquaman e Caçador de Marte.
No
desenho, contudo, a formação era diferente: saia o Aquaman, substituído pela Mulher-Gavião,
a versão feminina do Gavião Negro.
O Flash, claro, era Wally
West. E
a versão de Wally – mais juvenil, brincalhão e ingênuo – foi a que chegou às telinhas, com o
personagem muito bem dublado por Michael
Rosenbaun, ator que também ficou famoso por fazer a jovem
versão de Lex Luthor na
série de TV Smallville, contando a juventude de Clark Kent
antes de se tornar o Superman .
Justice
League foi um grande sucesso e após três
temporadas foi
renovada como Justice League – Unlimited, além de vários longametragens lançados diretamente para o mercado dehome video, como Liga
da Justiça: Crise em Duas
Terras , Justice League – Doom e Justice League – War.
Wally West e Bart Allen
O
Flash continuou popular nos
anos 2000, ganhando outra boa fase nas
mãos do escritor Geoff Johns, a partir de Flash
(vol. 2) 164 até
a edição 225, em 2005. Johns criou uma nova versão do Flash
Reverso e
finalmente casou Wally
West com Linda Park.
Com o
passar do tempo, porém, o personagem começou a se desgastar. Por isso, na megassaga Crise
Infinita, de 2006, Wally West e sua família terminam exilados em uma outra
realidade, cabendo, assim, o papel de Flash às mãos de Bart
Allen, ex-Impulso.
Assim, Flash (Vol 2) se encerra na edição 230, em 2006.
Enquanto isso, Bart Allen apareceu na TV nessa
época tanto em live action quanto
em desenho animado. Em live
action, Impulso foi um dos membros da Liga
da Justiça formada
em Smallville. Um Bart Allen adolescente apareceu
primeiro na 4ª temporada e
prosseguiu fazendo participações especiais, entre 2004
e 2009; ou seja, a 8ª Temporada, vivido por Kyle
Gallner. O personagem Impulso continua sendo citado até o fim da série, na 10ª Temporada,
mas sem aparições explícitas.
Em 2010,
estreou o desenho Young Justice,
na qual Impulso aparece como um dos membros na segunda
temporada. O desenho fez bastante
sucesso entre o
público infanto-juvenil para o qual era voltado.
De
volta aos quadrinhos, após o encerramento de Flash
(Vol 2), em 2006, esta é substituída por uma revista chamada Flash:
The Fastest Man Alive, na qual é Bart
Allen o quarto a
usar o título de Flash. A revista, porém, não emplacou e
foi cancelada já
na edição 13, de 2007,
com Bart Allen sendo morto.
Por
isso, Wally West foi trazido de volta e Flash (Vol 2) retomou
sua publicação em 2007, continuando a numeração a partir da edição
231. Ainda assim, as vendas não decolaram e a revista foi novamente cancelada em 2009, na edição 247.
A Volta de Barry Allen
Já há
muitos anos, os leitores pediam a volta de Barry
Allen, como detentor legítimo do nome Flash. Assim, em 2009,
a DC editou a minissérie Flash: Rebirth, em seis edições, escritas por Geoff
Johns e
desenhadas por Ethan Van Sciver, que como o título entrega,
reintroduziram Allen ao mundo dos vivos.
Barry
Allen voltou a ser o Flash, dando início à Flash (vol 3) em 2010, ainda com Geoff Johns nos roteiros e tendo Francis
Manapu nos
desenhos.
Nesta
fase, Allen voltou a ser um dos principais heróis da DC Comics e foi o protagonista da maxissérie Flashpoint, em 2011, em que viaja no tempo e termina alterando
a realidade, desculpa
para mais uma reformulação editorial da DC Comics, que deu início a uma nova
cronologia. O evento foi adaptado como um longametragem animado chamado Justice
League – The Flashpoint Paradox.
Os Novos 52
Os
Novos 52 é o nome da nova cronologia que
dá início após o fim de Flashpoint. O Flash, assim como todos os heróis da DC, ganham
origens com novos
detalhes e são rejuvenescidos.
Na nova cronologia, só faz cinco anos que
os heróis surgiram, o que deixa todos eles na casa dos 20 e poucos anos.
O
Flash permanece ligado à origem da Liga da Justiça, que tem uma nova história de
origem contada por Geoff Johns e Jim Lee emJustice
League 01 a 07, de 2011 e 2012, onde combatem o vilão Darkseid. A história também está sendo adaptada como longametragem animado emJustice League – War.
A
revista Flash, em seu vol. 4, agora com textos e desenhos de Francis Manapul e Brian Buccellato, explora um
Barry Allen mais jovem e menos experiente, ainda tentando dominar totalmente os
seus poderes.
Na TV de novo
Com o
lançamento dos filmes de
heróis da DC Comics, e os sucessos extraordinários da Trilogia Cavaleiro das Trevas do
Batman e de Superman – O Homem de Aço, todos esperam que
vários heróis também sejam encaminhados ao cinema. O Flash, por exemplo, tem um projeto
de virar filme desde mais ou menos 2006,
quando o escritor David S. Goyer (o
mesmo dos dois citados acima) entregou um roteiro ao estúdio, que queria Ryan
Reynolds no papel
de Barry Allen.
O
filme não foi para frente e Ryan Reynolds terminou se
transformando em Hal Jordan no
filme Lanterna Verde,
de 2011, que foi um grande fracasso.
Mas a
DC está animada de novo e o Flash é um dos grandes candidatos a ganhar seu primeiro
longametragem, ao lado de Mulher-Maravilha e
(pasmem!) Aquaman. Além disso, o ex-escritor do personagem, Geoff
Johns, é hoje o Diretor de Criação da DC Entertainment, empresa
responsável por adaptar os personagens da DC Comics às outras mídias.
Contudo,
enquanto o Flash não faz o seu debute
no cinema, o
personagem retorna à TV. Barry Allen já
fez sua estreia como
participação especial em Arrow, que conta as aventuras do Arqueiro
Verde e já está em sua 2ª
Temporada e é um
grande sucesso. Na trama, ele ainda é apenas o cientista forense de Central
City que vai investigar um caso similar a outro que trabalhou e cruza o caminho
com Oliver Queen e
sua identidade secreta.
Mas
em breve, Allen sofrerá um acidente que lhe dotará de poderes
especiais. O Flash está programado para ganhar um Episódio
Piloto de sua
própria série em 2014, retornando ao protagonismo em seu próprio
programa.
Quem sabe em meio a isso, termine
também aparecendo nos cinemas?
Já há
rumores de que o personagem pode fazer uma pequena participação em Batman Vs. Superman, título de trabalho da
sequência de Superman – O Homem de Aço, que colocará o homem-morcego contra o último
filho de Krypton.
Fonte: HQ Rock
2 Comentários
eu assiste a série do Flash que passava na globo a um bom tempo atrás!! eu nunca fui fã do Flash! eu sempre tive uma implicancia com velocistas se o cara é tão veloz acabar com qualquer inimigo antes do cara pensar em se mexer!! mas nem com super-velocidade o Flash pode"ganhar todas"!! Marcos Punch.
ResponderExcluirEsse é o "problema" com os velocistas como o Flash e o Mercúrio. Com uma velocidade assim, ficam praticamente invencíveis. Porém, gosto como alguns roteiristas abordam outros aspectos da vida desses heróis, e acabam dando menos ênfase nos poderes. Assim, tornam as histórias mais interessantes de se ler. A fase do Flash quando ele era o Wally West é um bom exemplo disso. E uma minissérie do Mercúrio chamada Filho do M também é bem interessante.
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